Do amor, lembranças inéditas
Ressurgem em mim como erupções.
Como se sentimentos avessos em turbilhões
Desvelassem segredos antigos de paisagens recônditas.
Pois, se sou pedra solitária
A volver no mundo em tempestades,
Como uma coisa qualquer de temerária
Que semeia ventos e calamidades,
Querendo apenas um vilarejo centenário
Na rota inescapável do excelso furacão,
Para nobre fim do meu calvário,
Onde terá valido a pena toda tribulação
De ter sido a vida um lugarejo-solitário
No sepulcral esconderijo da paixão.
Adão Lima de Souza
Do Livro A Vela na Demasia de Vento
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