sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Eu; lugarejo-solitário



Do amor, lembranças inéditas
Ressurgem em mim como erupções.
Como se sentimentos avessos em turbilhões
Desvelassem segredos antigos de paisagens recônditas.

Pois, se sou pedra solitária
A volver no mundo em tempestades,
Como uma coisa qualquer de temerária
Que semeia ventos e calamidades,

Querendo apenas um vilarejo centenário
Na rota inescapável do excelso furacão,
Para nobre fim do meu calvário,

Onde terá valido a pena toda tribulação
De ter sido a vida um lugarejo-solitário
No sepulcral esconderijo da paixão.

Adão Lima de Souza
Do Livro A Vela na Demasia de Vento



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