Os “Eles” querem nos fazer crer
que só porque somos pobres, somos imunes a todo tipo de moléstia que os
alimentos contaminados podem causar. É o caso das notícias recentes sobre ratos
encontrados na Coca-Cola, quantidade excessiva de enxofre no açúcar, solda
cáustica no leite, baratas, lâmina de barbear no pão nosso de cada dia, e um
sem número de porcaria, propositada ou negligentemente, adicionada pelos
fabricantes aos ingredientes dos
produtos que consumimos.
E,
embora seja do conhecimento geral estas práticas nocivas à saúde pública, as
autoridades quedam inertes. Pois, nunca punem de forma exemplar a inobservância
das normas da vigilância sanitária pelos fabricantes desses venenos enlatados,
livremente comercializados.
Diferentemente,
porém, acontece com o dito cidadão comum, aquele que ganha à vida vendendo
doces artesanais, porque quando é surpreendido com uma pequena leva desses
doces e não consegue provar a regularidade dos procedimentos impostos pela vigilância
sanitária, toda a mercadoria que assegura seu sustento e de sua família é
imediatamente apreendida sob o pretexto de proteger a saúde coletiva. Isso,
quando algum agente mais afoito não o leva preso.
Diante
disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se só o pequeno vendedor deve obedecer às
normas da vigilância sanitária, enquanto os grandes se beneficiam com as multas
irrisórias, então o que se tem não é vigilância; é perseguição”. Os grandes
administradores e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que as
grandes empresas são imprescindíveis para economia do país, portanto, garantia
de manutenção de empregos para os pais de família.
E
quanto ao camelô que, na hora em que a guarda municipal ou a polícia chega,
precisa fugir como se bandido fosse para não ser preso junto com a mercadoria
dita ilegal, entenderá algum dia, que produto pirata, ou falsificado, ou
adulterado é crime e que todo crime deve ser severamente punido? E que quando
se diz que todos são iguais perante a lei, quer-se, todavia, ao mesmo tempo,
afirmar que alguns são mais iguais que outros?
Porque
se a Lei funcionasse do mesmo modo para todos, os “Eles”, vez ou outra, também
seriam presos, posto que seja obrigação indistinta respeitar a Lei.
Por
essas e outras, que a melhor refeição ainda é aquela feita em casa, ou seja,
sempre gordurosa e, às vezes, exageradamente salgada. Pelo menos, sabemos o
tipo de doença a que estamos expostos.
Ademais, como já se tornou notório o desprezo “Dos Eles” pelo povo.
Resta, a quem contraiu doença incurável, ao consumir produto envenenado, a
esperança de que, num surto qualquer de decência, a justiça reconheça a culpa
desses sacripantas e os condene, pelo menos, a reparar o mal que fizerem.
ENTÃO,
como se diz por aí: “aos amigos a Lei; aos inimigos os rigores da Lei”. E às
infrações cometidas pelos grandes; multas insignificantes, roguemos a Deus que
“Os Eles” não adicionem caco de vidro pisado ao velho cuscuz! EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”.
E VOCÊ?