sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

E APOIS!- DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: A ISSO SE REDUZ TUDO?


OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que desenvolvimento econômico e social se alcança única e exclusivamente pela criação de mais subempregos, como se, automaticamente, cada um que vendesse sua hora de trabalho fosse de imediato alçado aos patamares sociais, e de qualidade de vida, medidos pelos órgãos governamentais IPEA e IBGE. Por isso, os gerentes dos “Eles” sempre comemoram ou justificam qualquer oscilação nos gráficos que mensuram o volume de trabalhadores disponível no mercado, a fim de, pelo desequilíbrio entre a oferta e a demanda, manter como reserva um exército de desempregados e, com esse maquiavelismo, baratear o preço da mão de obra empregada.

E o mais desalentador é constatar que essa ideia, anacrônica e atávica, vem ganhando, com o cinismo de governos pretensamente pró-operariado, cada vez mais acolhimento nos pleitos trabalhistas, pela ação nefasta de sindicatos pelegos que vedem as pautas reivindicatórias para galgarem postos políticos. E enquanto isso, a massa de trabalhadores, alheia aos sinônimos reais do que seja, de fato, flexibilização das Leis trabalhistas, segue abrindo mão de direitos e garantias fundamentais à justa troca entre capital e trabalho, sem se aperceberem que tais conquistas advieram da luta e do sangue de seus antecessores.

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se historicamente a relação Capital e Trabalho perseguiu o equilíbrio por meio da concessão mútua, consolidando-se leis que assegurassem, por um lado, o lucro crescente do empregador e, por outro, o mínimo de dignidade ao empregado, mas agora, exigem que este abra mão do pouco conquistado em benefício do “Status quo” daquele, então negociar é, hoje, entrar o trabalhador com a cabeça e o patrão com a guilhotina”. Os Economistas e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que fortalecer a empresa é – certamente por vias que somente “Eles” entendem – assegurar  trabalho e renda para os pais de família. 

E quanto ao operário, que pelo poder de barganha dos patrões e, devido a sua urgência em satisfazer necessidades primitivas como comer e se abrigar, sempre vende barato sua força de trabalho, tendo ainda que arcar com a ganância estatal a lhe tomar até o último centavo em impostos estratosféricos, condenando-o a condições perversas de subsistência, entenderá ele, algum dia, que num sistema capitalista tudo, mesmo o dito inalienável, é produto passível de valoração pelo vil metal?  E que, quando se fala em Bem Estar Social, quer-se, todavia, legitimar o discurso cínico de que o sacrifício de direitos dos trabalhadores oportuniza a justa divisão de ganho de capital aos seus iguais?

É por essas e outras, que os “Eles” se refestelam na abastança, enquanto os trabalhadores fazem malabarismos com os “caraminguás” que auferem a título de salário com sua labuta árdua e mortificante. Despendendo um esforço hercúleo para tornar realidade a falsa promessa de amor que a nossa poética Constituição sacramentou como direito inalienável de todos, dever do Estado e de toda sociedade.


ENTÃO, como se diz por aí que “o trabalho dignifica o homem” – ou danifica? - é bom não esquecer que todo trabalho realizado no mundo é para fazer parecer que as coisas são o que não são. Pois, como dizia o grego Sócrates, “quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir”, porque não é suficiente estarmos empregados, sim, com que estamos ocupados. E, portanto, parece paradoxal que numa sociedade em que se busca o lucro à custa da degradação do corpo, possa-se almejar desenvolvimento humano. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”. E VOCÊ?

Por: Adão Lima de Souza

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