OS “Eles” querem nos fazer
crer que a figura carismática de um velhinho gorducho e bonachão
seja o símbolo que melhor representa a festa da natividade. É o caso do Papai
Noel, personagem lendário, imortalizado no imaginário popular pelos
propagandistas dos “Eles”, em campanhas publicitárias para vender a ideia de
que os sentimentos nobres e benfazejos só se traduzem de fato pela troca de
bons e caros presentes, estimulando nas pessoas um consumismo desenfreado,
pretensamente redentor de nossas faltas morais e, quiçá, imprescindivelmente
renovador do Humanismo Cristão entre os homens de boa vontade.
Porém,
diferentemente, dá-se com outras pessoas, menos afeitas aos natais de ceia
farta, nos quais bugigangas e parafernálias eletrônicas são pouco
compartilhadas entre si, mas que, ainda assim, apesar da aflição interminável,
e mesmo submetidas a todo tipo de privação, nutrem por seus semelhantes um
sentimento de respeito e consideração humana que nem mesmo o desespero conseguiu
aniquilar.
Diante
disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se a mais alta consideração pelo semelhante,
a generosidade, só se manifesta pela reciprocidade dos objetos presenteados,
então de fato a Ética talvez seja ainda Cristã, mas o Espírito há muito se
tornou Capitalista”. Os Altruístas e outras pessoas letradas a serviço dos
“Eles” dirão que Natal é tempo de comunhão e, por isso, época de presentear a quem
se ama. E, ademais, as lembrancinhas são apenas gestos singelos de externar o
amor contido.
E
quanto ao cidadão mais comum, aquele cuja morada é o desamparo social e humano,
e que, apenas de Jesus espera ainda alguma redenção, um presente que possa
suavizar sua condição de miséria e fazê-lo mirar um horizonte futuro que não
seja regido unicamente pelo acaso, entenderá ele, algum dia, que o que os
vendedores de frivolidades fazem é somente resgatar em nós os mais sublimes
sentimentos, estampando nossa gratidão na face de suas parafernálias
tecnológicas inúteis? E que quando se fala em comunhão universal, quer-se,
todavia, ao mesmo tempo, reafirmar que algebricamente o universo é feito de
conjuntos estratificados?
É
por essas e outras, que os Shoppings Centers se transformaram nas Mesquitas
Modernas, acolhendo com potentes sistemas de refrigeração os mais diversos
fiéis do consumismo sem propósito, a fim de assegurar, sempre, a crescente Mais
Valia dos “Eles”. E enquanto se vai consumindo desenfreadamente, sem se dá conta
de quão pesado é a agressão ao meio ambiente, do quão cruel é a exclusão de centenas
de pessoas famélicas mundo a fora, uma vez que qualquer celular simplório
agrega mais lucro que milho e feijão, o cidadão não se apercebe que numa sociedade
de consumo em massa impera a sua total insignificância.
ENTÃO,
como se diz por aí: “Dai a Cezar o que é de Cezar, a Deus o que é de Deus, e a
quem se ama um presente grande e caro como a incondicionalidade do amor
Cristão”. E, assim, quem sabe Cristo se afeiçoe cada vez mais do ser humano? EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”!
E VOCÊ?
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