OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER
que uma reforma eleitoral engendrada por quem se beneficia das mazelas de um
processo orquestrado para manter quem já estar no poder seria eficaz para
estancar a sangria desatada da corrupção política no Brasil. É o caso dos
projetos apresentados no Congresso Nacional e da recente decisão do Supremo
Tribunal Federal de proibir o financiamento de campanhas por empresas privadas,
que corrobora, apenas, para oficializar o chamado caixa dois, tese de defesa
dos mensaleiros.
No
entanto, indiferente a toda essa manobra legislativa está o eleitor, difusor
natural das práticas de corrupção eleitoral no país, por alimentar a crença de
que se todos são ladrões, estando também ele no poder, não declinaria do seu
direito de enriquecimento ilícito à custa do erário público já que, pela
leniência do brasileiro, ser desonesto é a nossa cultura e nunca vai mudar.
Enquanto isso, num altruísmo invejável, elege e reelege os mesmos sacripantas
que desde outrora saqueiam os cofres públicos, numa orgia interminável com o
dinheiro do contribuinte.
Diante
disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se o eleitor acredita que qualquer um que
chegue ao poder roubará igual ou muito mais do que os que lá estão, porque pressupõe que seja a mesquinhez, o egoísmo e
a corrupção da índole do brasileiro, então votar em quem já se sabe mesquinho,
egoísta e corrupto não é um exercício de cidadania, e sim, manifestação
inolvidável de cumplicidade criminosa com quem, ao desviar verbas da saúde,
condena à morte milhares de seres humanos pobres que nem ele”. Os Cientistas
Políticos e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, pelo
sufrágio universal, um povo livre impõe a sua vontade soberana, elegendo
aqueles que representam seus verdadeiros anseios.
E
quanto ao eleitor que exerce com fervor e assiduidade o seu direito de votar,
não atentando para a conduta de quem, amavelmente, conquista sua confiança, e,
findada a contagem de votos o trai na primeira oportunidade, entenderá, algum
dia, que a ação política de quem mereceu seu voto é a mais fiel manifestação da
conduta dos que o elegeram? E que, quando se fala em amadurecimento da
democracia pelo exercício do escrutínio, quer-se, ao mesmo tempo, reafirmar que
o grau de honradez do eleito é diretamente proporcional a do votante, pois
democracia é, antes de tudo, um exercício de deveres e não o gozo de
privilégios?
Por
essas e outras, é que “Os Eles” sempre sacam de suas cartolas imponentes um
novo estratagema de ludibriar o eleitor já combalido por sua pusilanimidade espiritual,
calcada na crença estúpida de que seu voto de nada serve contra os elegantes e
espirituosos ladrões de impecável gestualidade nobre e cavalheirismo
exacerbado. E desse modo, resta confirmada a tese de “total insignificância do
cidadão perante o Estado”, secretamente defendida por quem ainda não é “Os Eles”.
Então, como se diz por aí “que voto não tem
preço, mas sim, consequências”, sigamos nossa odisseia de escolhas
inescrupulosas e, quem sabe, um dia, talvez, compreendamos as palavras do Bruxo
do Cosme Velho que dizia na sua teoria do medalhão: “antes de mudar as leis,
reformemos os costumes” Eu é que não acredito mais
nos “ELES”. E VOCÊ?
Por: Adão Lima de Souza
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