segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

E APOIS! – AS CIDADES: CEMITÉRIOS DE VIVOS?

OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que viver em cidades de concreto e asfalto seja sinônimo de civilidade e progresso econômico. E que, por estas razões, devemos aplaudir de pé os planos de mobilidade e desenvolvimento urbanos fundados única e exclusivamente na construção de equipamentos públicos destinados aos automóveis, como viadutos, anéis viários e estacionamentos, e, assim, contemporizarmos com as políticas governamentais para as cidades, nas quais o conforto e a saúde da pessoa humana, que deveriam ser prioritários, são relegados ao ultimo plano, como se os monstrengos de ferro e estofados fossem coisas mais importantes que árvores e bichos de carne e osso.

E isto é perceptível quando miramos o olhar para a cidade em que vivemos e constatamos a vultosa soma de investimentos gasta nas últimas duas décadas, a fim de espalhar sobre as antigas pavimentações de pedras ornamentais o manto negro de betume, impossibilitando o escoamento das águas das raras chuvas que se precipitam sobre nossa cidade e, desse modo, transformando as extensas avenidas em imensos espelhos refratores dos raios solares, reproduzindo em nossas casas e nos espaços de lazer o mesmo efeito necessário ao cultivo de rosas em estufas.

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se vivemos numa cidade de elevadas temperaturas, causadas pela incidência do sol o ano inteiro, mas não há nenhuma política de arborização por parte do gestor municipal que possa amenizar os efeitos nocivos à saúde coletiva, então melhor seria só termos prefeituras desertas”. Os Urbanistas e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que é, ainda, incipiente a nossa educação ambiental e, portanto, investimentos em mobilidade urbana e obras faraônicas reclamam maior urgência política.

E quanto ao cidadão que se vê alijado todo dia do seu direito de respirar ar puro e de sentar-se à sombra de uma árvore frondosa, porque as escassas áreas verdes se encontram em petição de miséria pelo abandono e a depredação diretamente estimulada pelos administradores das cidades, cujo propósito é, incansavelmente, dilapidar o erário público, financiando a ganância de grandes empreiteiras, entenderá ele, algum dia, que o que se costuma chamar de direito coletivo ou difuso, como o direito ao meio ambiente saudável, a qualidade de vida, ultrapassa não só a sua esfera individual, mas uma coletividade indeterminada inteira? E que, quando se fala em direito de todos, quer-se, porém, ao mesmo tempo afirmar que nem todos têm direitos, a não ser de forma difusa e, portanto, indeterminada e incerta?

É, por essas e outras, que “Os Eles” a quinhentos e quatorze anos espalham o deserto, devastando a Amazônia, as Matas Atlânticas, os Cerrados e as Caatingas. E, impunes, seguem se locupletando à custa do ar poluído que respiramos. E a menos que, como bem dizem os urbanistas “Dos Eles”, esforcemo-nos para absolver uma verdadeira educação ambiental e façamos chegar aos ouvidos dos gestores de nossas cidades a exigência por um meio ambiente equilibrado, onde pessoas e árvores sejam mais importantes que carros, nunca deixaremos de ser insignificantes para o Estado “Dos Eles”.

ENTÃO, como dizem os ambientalistas: “O nível de poluição ambiental nas cidades é igual ao da burrice de seus moradores”. E, por fim, também deveria ser nossa a frustração do professor de "Direito Ambiental" em não poder esganar o animal que não presta atenção na sua aula. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”. E VOCÊ?


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