OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER
que erguer monumentos e proclamar datas comemorativas seja ações mais que
suficientes para fazer ressurgir dos recônditos da memória volátil do povo
brasileiro os protagonismos heroicos de nossa história suja. E que desse modo, pelo
cultivo da desmemória histórica, possa-se passar uma borracha sobre os eventos
cruéis, covardes e sangrentos sobre os quais se construiu a história do Brasil.
É o se pretende ao se reservar um dia no ano para se congratular aquilo se
convencionou chamar de “Consciência Negra”, como se, de uma hora para outra,
pudesse a pretensa consciência de culpa de uma sociedade, ainda, escravocrata,
redimi-la de seus assassínios.
É
isto o que simboliza o dia vinte de novembro. Uma estratégia eficaz “Dos Eles”
para extirpar de consciências pouco afeitas à reflexão crítica, quaisquer
resquícios de lucidez que possam desvelar o cotidiano de miséria em que perece
o cidadão pobre no Brasil, seja ele preto ou branco, ou como diz a canção,
“pretos de tão pobres e pobres de tão pretos”.
Diante
disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se uma pessoa é ultrajada, vilipendiada,
morta, em razão somente da cor de sua pele ou condição social, então, não se
trata aí de redenção pela Consciência Negra, Branca ou Socialista, mas sim, de
crimes cometidos contra a humanidade, ensejando políticas inclusivas eficazes e
punições severas”. Os Jurisconsultos e outras pessoas letradas a serviço dos
“Eles” dirão que, em épocas passadas, por razões econômicas, a escravidão era
justificável, mas agora, com os Direitos Humanos positivados, vivemos um novo
Iluminismo.
E
quanto aos Zumbis e Ganga zumbas que diariamente são assassinados, tão somente
pelo fato de serem negros, ou homossexuais, ou nordestinos, ou pobres, ou
favelados, ou latinos, ou brasileiros; entenderão algum dia, que pela genética
social, os humanos também são divididos em classes e subclasses? E que, quando se fala em Direitos Humanos, quer-se,
ao mesmo tempo, afirmar que apenas os reconhecidamente “humanos direitos” são
protegidos pelo Direito?
É,
por essas e outras, que os “Eles” que lucraram antes com o preconceito e
escravidão, agora comercializando frivolidades nessas datas comemorativas, continuam
se locupletando a custa da coisificação dos “nobres” sentimentos, com a ajuda
luxuosa de expoentes étnicos. Porque não resta mais dúvida do desprezo que
devotam aos tripulantes desse moderno navio negreiro que é o Estado “Dos Eles”.
ENTÃO,
como dizia um ator negro, americano: “Quando pararmos de nos preocupar com
Consciência Negra ou Consciência Branca talvez possamos desenvolver nossa
Consciência Humana”. Portanto, àquele que tem como melhor indumentária, os
princípios e a moral, seria melhor que andasse nu. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”.
E VOCÊ?
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