sábado, 23 de novembro de 2013

E APOIS! - CONSCIÊNCIA NEGRA: OUTRO NAVIO NEGREIRO?



OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que erguer monumentos e proclamar datas comemorativas seja ações mais que suficientes para fazer ressurgir dos recônditos da memória volátil do povo brasileiro os protagonismos heroicos de nossa história suja. E que desse modo, pelo cultivo da desmemória histórica, possa-se passar uma borracha sobre os eventos cruéis, covardes e sangrentos sobre os quais se construiu a história do Brasil. É o se pretende ao se reservar um dia no ano para se congratular aquilo se convencionou chamar de “Consciência Negra”, como se, de uma hora para outra, pudesse a pretensa consciência de culpa de uma sociedade, ainda, escravocrata, redimi-la de seus assassínios.

É isto o que simboliza o dia vinte de novembro. Uma estratégia eficaz “Dos Eles” para extirpar de consciências pouco afeitas à reflexão crítica, quaisquer resquícios de lucidez que possam desvelar o cotidiano de miséria em que perece o cidadão pobre no Brasil, seja ele preto ou branco, ou como diz a canção, “pretos de tão pobres e pobres de tão pretos”.

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se uma pessoa é ultrajada, vilipendiada, morta, em razão somente da cor de sua pele ou condição social, então, não se trata aí de redenção pela Consciência Negra, Branca ou Socialista, mas sim, de crimes cometidos contra a humanidade, ensejando políticas inclusivas eficazes e punições severas”. Os Jurisconsultos e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, em épocas passadas, por razões econômicas, a escravidão era justificável, mas agora, com os Direitos Humanos positivados, vivemos um novo Iluminismo.

E quanto aos Zumbis e Ganga zumbas que diariamente são assassinados, tão somente pelo fato de serem negros, ou homossexuais, ou nordestinos, ou pobres, ou favelados, ou latinos, ou brasileiros; entenderão algum dia, que pela genética social, os humanos também são divididos em classes e subclasses?  E que, quando se fala em Direitos Humanos, quer-se, ao mesmo tempo, afirmar que apenas os reconhecidamente “humanos direitos” são protegidos pelo Direito?

É, por essas e outras, que os “Eles” que lucraram antes com o preconceito e escravidão, agora comercializando frivolidades nessas datas comemorativas, continuam se locupletando a custa da coisificação dos “nobres” sentimentos, com a ajuda luxuosa de expoentes étnicos. Porque não resta mais dúvida do desprezo que devotam aos tripulantes desse moderno navio negreiro que é o Estado “Dos Eles”.

ENTÃO, como dizia um ator negro, americano: “Quando pararmos de nos preocupar com Consciência Negra ou Consciência Branca talvez possamos desenvolver nossa Consciência Humana”. Portanto, àquele que tem como melhor indumentária, os princípios e a moral, seria melhor que andasse nu. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”. E VOCÊ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário