OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER
que a descoberta da camada Pré-sal, dado o volume incalculável de petróleo ali
existente, segundo afirmações eufóricas do governo, é marco histórico e
suficiente para a redenção da miséria no Brasil. Ainda mais, porque todo
faturamento com a expressiva produção deverá ser direcionada ao financiamento
da saúde e da educação, conforme decisão consensual dos nossos bem
intencionados parlamentares. Resta-nos, portanto, o acalento de que o tão
propalado país do futuro se concretize nas próximas duas décadas, quando a
produção petrolífera nacional alcançará seu apogeu.
Entretanto,
o que parece estranho é o desinteresse das grandes multinacionais como Shell,
Chevron, dentre as consideradas empresas de ponta no setor de exploração de
petróleo em águas profundas, em arrematar lotes nos leilões oficiais. É o caso
do leilão do Campo de Libra, reserva apontada pelos especialistas do governo
como a bacia com potencial para produzir mais barril de petróleo do que já fora
produzido nos sessenta anos de existência da Petrobras. Alavancando, de acordo
com as previsões otimistas do governo, o Brasil para o quarto lugar no ranking
dos produtores do “ouro negro”. E, desse modo, reforçando em nós a esperança de
que o Brasil é mesmo o país do futuro.
Diante
disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se há quinhentos anos nos é dito que o
Brasil é o país do futuro, e esse futuro nunca chega, então está hora de
lutarmos pelo Brasil de hoje, para que este tenha futuro”. Os sociólogos e
outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, pela atual conjuntura
econômica e social do país, em que o assistencialismo e o clientelismo
eleitoreiros têm sido suplantados pelas políticas afirmativas oficiais, não
tardará a sermos reconhecidos como civilizados.
E
quanto ao contribuinte, que mesmo tendo o Brasil alcançado a suficiência na
produção de petróleo, continua pagando o litro de gasolina mais cara do
continente americano, entenderá algum dia que nem sempre as palavras expressam exatamente
o que dizem, devido ao alto grau de polissemia da língua portuguesa? E que, quando o discurso oficial fala em autossuficiência,
quer, ao mesmo tempo, dizer que isto significa apenas uma meta traçada para
minimizar os efeitos da escassez?
Por
essas figuras de linguagem, fartamente utilizadas pela oratória, e a capacidade
grandiloquente “Dos Eles” inventarem e reinventarem os discursos políticos é
que o contribuinte vai sendo convencido de que precisa fazer sacrifício cada
vez maior, suportando uma carga tributária predatória para assegurar o “status
Quo” de uma classe parasitária e voraz que despreza o povo ao promover orgias
com o erário público, refestelando-se na impunidade e na iniquidade.
ENTÃO,
como se diz por aí, que “quando se diz alvo, pode se estar querendo dizer o
inatingível”, talvez um dia no futuro se descubra que o Brasil, ao negligenciar
o presente, esperando pelos dias vindouros de riquezas incontáveis soterradas
na camada Pré-sal, tenha condenado seu passado ao esquecimento, e, por isso,
não haja mais um por vir. EU
É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”. E VOCÊ?
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