Todo corpo pede sangue
A vida é, intangivelmente, sangue.
E pouco ou nada importa que haja sintaxe em ser.
As dores e os sonhos,
São doses diárias de desespero e ilusão
Imprescindíveis, pois, nutrem nossa afeição pelo ódio,
Pelo amor e fazem dos desejos figura de linguagem:
Metáforas distribuídas irresponsavelmente
A amigos próximos e parentes, em visões distorcidas,
Difusas das necessidades do corpo
E das Construções oníricas
Resultantes da correria diária em que se desfaz o homem.
Todo corpo é fala imprecisa que convence.
E, ao perverter a linguagem,
Subverte a norma para não ser um dicionário;
De palavras obsoletas, genéricas, infungíveis
Emprestadas aqui e ali por conveniência.
O corpo é beijo
ardente,
Que crucifica e trai,
É soco desferido no escuro
Que dilacera convicções seculares.
Adão Lima de Souza
Do Livro A Vela na
Demasia de Vento
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