sábado, 19 de outubro de 2013

E APOIS! - EDUCAÇÃO: O PROFESSOR SÓ MERECE UM DIA?



OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que reservar um único dia do ano é mais que suficiente para homenagear o professor, profissional de valor inestimável por agregar em si o potencial necessário para realizar as transformações sociais que este país precisa. Isto porque, a educação no Brasil foi sempre tratada como negócio privado. Cabendo exclusivamente às famílias, conforme a posse financeira de cada uma, financiar o estudo dos filhos, quando deveria ser entendida como serviço essencial,  custeada pelo  Estado com os impostos pesadamente cobrados de toda sociedade, como bem recomenda a nossa incipiente constituição.

E é  por esta razão que o país nunca se decidiu a investir em educação pelo menos dez por cento do PIB, conforme reivindica a bancada da educação no Congresso Nacional, inspirada nos feitos das grandes nações europeias, e a norte americana que dominam quase a totalidade das patentes científicas.  Diferente disso, o Brasil nem sequer consegue manter as escolas de ensino básico funcionando num padrão aceitável. Pois os governos brasileiros, em suas diversas esferas, desenvolvem um pragmatismo fundado na desvalorização do professor, através da política de desestímulo, achatamento dos salários e da degradação das condições de trabalho .

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se o conhecimento é a moeda poderosa que todos afirmam ser, mas o Brasil não faz os investimentos necessários em educação, então viverá a nação sempre subordinada ao saber alheio”. Os doutores e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, na atual conjuntura econômica, para o povo o emprego e saúde são mais prioritários que a educação.

E quanto ao trabalhador braçal que sonha em ter um filho doutor, entenderá algum dia que seu direito à educação de qualidade, assegurado pela constituição não passa de mera expectativa? Pois que, numa sociedade meritocrática e injusta como a nossa, a base de sustentação do “status quo” é sempre o legado de miséria. E, entenderá, por fim que, quando se fala em bem comum, quer-se, todavia, ao mesmo tempo, dizer que numa sociedade capitalista o mais comum é não se ter bem?

Por essas e outras, que há escolas iguais para pessoas iguais, enquanto “Os Eles”, pagando caro pela educação básica de seus filhos nas escolas privadas, dominam a maioria das vagas disponíveis nas universidades federais, deixando os filhos de trabalhadores a mercê das faculdades mercantilistas ou de autarquias gananciosas por mensalidades. E, assim, vai se confirmando a suspeita do poeta de que somos todos “iguais em desgraça”.

ENTÃO, como se diz por aí, que a vida é a melhor escola, talvez vivamos mil anos mais para descobrir novas lições que nos faça crer que havia outras possibilidades, se ousássemos sonhar como parece próprio do ser humano. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”.

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