sábado, 19 de outubro de 2013

E APOIS! - A Constituição de Papel: Repressão aos Professores.



OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que o aniversário de vinte e cinco anos da Constituição traduz de fato o pleno exercício da cidadania no Brasil. E que, apesar de muitos dos direitos nunca terem saído do papel, passamos por um amadurecimento profundo nas relações democráticas. É o caso da greve de professores no Rio de Janeiro, onde os direitos e garantias fundamentais se materializam pela ação truculenta do Estado ao reprimir, com bombas, socos e pontapés, a manifestação legal desses profissionais já tão massacrados pela política educacional de nossa incipiente (e insipiente) república.

E não seria diferente, já que com o cidadão dito comum, o diálogo sempre foi mediado pela força policial ou pelas instâncias judiciais validando a violência com liminares  e reintegrações de posses. Independentemente de apreciação da legitimidade do protesto, suscita-se logo à manutenção da ordem pública e a polícia sai distribuindo pancada pra todo lado, coibindo o vandalismo com rigor e brutalidade, a fim de que “perigosos professores” não ponham em risco o funcionamento normal das instituições democráticas, tão afetuosamente subtraídas pelos  governantes nos tenebrosos esquemas de corrupção que se alastram desde a diretoria dos sindicatos de classes até a antessala da Presidência da República.

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se há o direito de reclamar, mais esse direito deve ser exercido de forma tímida, silenciosa, sem revolta, então não é protesto, é marcha para Jesus”. Os doutos e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que o direito à livre manifestação existe, se e somente se, não frustrar o interesse “Deles”.

E quanto ao trabalhador que é violentamente reprimido pelo patrão que só visa o lucro, pela polícia se reivindicar qualquer direito, pelo governo quando faz greve, pelo ladrão, tomando porrada sempre que reclama de alguma coisa errada, entenderá algum dia que direitos e deveres são para todos, pelo menos no papel? E que quando se diz que todos são iguais perante a lei, quer-se, todavia, ao menos tempo, afirmar que a lei não é igual perante todos?

Pois, se os direitos existem apenas como possibilidades, vinte e cinco anos de uma Constituição que não se efetivou minimamente, consubstanciando-se, ainda, numa promessa falsa de amor, não nos transforma em nada além de cidadãos de papel.

Por essas e outras, enquanto a polícia disciplina os professores “mal educados” à custa de cassetetes e bombas de efeito moral, “Os Eles”, regalam-se na impunidade sobre o pretexto de preservação das instituições. E cada ato truculento contra nossos professores demonstra cabalmente o desprezo que nutrem pelo povo, deixando evidente a total  “insignificância do cidadão perante o Estado”.

ENTÃO, como se afirma na imprensa fascista manipulada pelos “Eles” que protesto legítimo é protesto pacífico e ordeiro, pelo menos ainda nos resta o direito ao vandalismo verbal. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”.

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