sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Poema de uma só face


Diante de mim, no espelho,
Essa imagem irreconhecível.
Retrato incompreensível da vida
Que o imperativo tempo limitou ser.

Como sopros do acaso,
Um vestígio de curiosidade
Na vastidão de esquecimento
Denotando o estar sem ser
Na confluência dos desejos
Estanques na resistência à entrega
Ao abismo convidativo... o infinito!

À probabilidade adormecida,
Ante a urgência do dia interminável
Converge a pouca pressa em sonhar
Enquanto a noite transcorre tranquila.

Diante dos desejos,
O temor e a procura descabida por realidade
Fazem de mim um só
Dentre incontáveis possibilidades.

Adão Lima de Souza

Do Livro: A Vela na Demasia de Vento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário