sábado, 8 de janeiro de 2011

SOBRE FILME BIOGRÁFICO DE ÉMILE ZOLA

O filme sobre o escritor francês Émille Zola, ao retratar sua trajetória, desde situações de penúria financeira suportada na juventude, passando pelo momento em que alcança a reputação de grande expoente das letras francesas, tendo aí conseguido o sucesso que se quer seja o objetivo dos esforços empregados pelo indivíduo a fim de se tornar notável numa sociedade onde o “status quo” dita às regras do jogo sujo para se ser respeitado e aceito nesse tropel humano que dissimuladamente apelidamos de civilização. Enfocando, por fim, o instante em que a esposa de um militar injustamente condenado pelos seus pares o resgata da armadilha fatal do “bom burguês’ que desfruta os resultados merecidos do seu sagrado e árduo trabalho, empanturrando-se de boa comida ao tempo em que menospreza e insulta seus criados.
Mas, como o “homem digno sempre chega a sua dignidade”, Zola não poderia agir diferente. Então,num gesto de grandeza de espírito, abandona a segurança alcançada e parte atrás da que seria sua última e talvez mais importante batalha. Mostrando que a indignação é uma característica que deve ser conservada, pela resistência constante, lutando sempre para nunca nos acomodarmos diante duma injustiça perpetrada contra alguém cuja margem de defesa ante seus acusadores tende a ser, pela força destes, anulada.
Desse modo, a atitude de Zola torna patente o campo de luta em que o DIREITO pode se transformar. Pois, enfrenta uma corte judicial que, pela parcialidade com que conduz o julgamento, ceifando toda possibilidade de defesa, torna evidente a derrota do bravo lutador. No entanto, pelo o apego a verdade, a justiça, e sequioso de tornar melhor o mundo , como todo aquele que resiste a opressão e a exploração de uns pelos outros, demonstra a fé na luta pela verdade e espera que num raio qualquer de lucidez seus concidadãos, apesar de o está perseguindo agora, livrem-se da trama enredada e façam prevalecer, finalmente, a verdade.
E, quando já condenado e foragido, enfim, vê ruir a grande farsa armada por aqueles que juraram proteger a França e os cidadãos franceses das armadilhas e da mentira do inimigo. E, voltando triunfante à terra natal, pode, antes de morrer, vangloriar-se de ter legado ao seu país mais uma grande obra, que tal como as literárias ao calibre de Germinal, fora escrita com suor e sangue como tem sido a história dos homens em sociedade ao longo do tempo.

Por: Adão Lima de Souza

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